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Linguiça, Café e Cachaça

Linguiça, Café e Cachaça

Este livro é o resultado de uma dessas prosas, ao lado de um fogão à lenha, numa casa que faz divisa com uma antiga fazenda de café e onde, até hoje, no jardim, nascem pequenos pés de café. Entre uma bocada de lingüiça e um gole de cachaça, um amigo perguntou a origem da fama da lingüiça de Bragança e aí, cada um tinha uma história para contar…
Naquele mesmo dia, falamos de uma época em que nossa agricultura era voltada para o plantio do café e as antigas fazendas, grandes empregadoras, trouxeram à cidade o progresso através de uma economia forte. Com o café, veio a estrada de ferro, uma grande beneficiadora e exportadora e, os italianos, que plantaram raízes e trouxeram costumes, os quais fizeram a cidade ser conhecida mais tarde como a “Terra da Lingüiça”.
Luiz Gonzaga Pires Mathias, em seu livro “Em busca dos marcos perdidos”, descreve certa curiosidade contada por descendentes da colônia italiana com relação à produção de lingüiça: “Às margens dos trilhos da estrada de ferro havia uma erva, a erva-doce, que ao ser misturada na lingüiça artesanal conferia a ela um aroma e um gosto tão peculiar e característico que permitia diferenciar nosso produto de qualquer outro similar”.
Segundo o historiador José Roberto Vasconcellos, uma italiana, de nome Palmira Boldrini, em 1911, iniciou a comercialização de uma lingüiça, tipo caseira, feita de pernil de porco, à qual ficou conhecida na época como “lingüiça da Dona Palmira de Bragança”. Nas décadas de 20 e 30, viajantes bragantinos levavam o produto para outras cidades sob encomenda ou para presentear os amigos. A fama da lingüiça cresceu. Bragança era um dos maiores centros de porqueiros do estado. Em sua casa, na Praça José Bonifácio, 8, Dona Palmira preparava a lingüiça que chegava às repartições públicas da cidade de São Paulo. Vendedores percorriam a região bragantina, com suas camionetas ou furgões, levando a lingüiça da terra. Por volta de 1945, a produção de lingüiça ganhou enorme reforço com o Frigorífico Cristal (Lauletta & Cia) que fazia presunto e lingüiça de alta qualidade e as famílias bragantinas chegaram a produzir 500 k semanais para entregar em SP. Atualmente, vários estabelecimentos comercializam e é grande a procura dos visitantes. Nos restaurantes, bares, açougues e até mesmo à margem das rodovias de acesso à cidade, a famosa “Lingüiça de Bragança” pode ser encontrada.
Por se tratar de um município quase limítrofe com o sul de Minas Gerais, a “Cidade Poesia”, que já foi conhecida como “Capital do Sul de Minas”, possui também, pequenos alambiques espalhados pela região e foi assim, degustando um delicioso prato feito com lingüiça, acompanhado da cachaça e terminando com o café, que surgiu a necessidade de resgatar um pouco da história de nossa região, através de fatos residuais, que por outro lado, abrangem um contexto nacional, onde cultura e paladar se mesclam.
Colhendo dados através de livros, revistas, jornais e antigos cadernos de receitas da família, conto aqui, um pouco da história e produção da lingüiça, da cachaça e do café no país; além disso, selecionei algumas receitas tradicionais da região e outras mais contemporâneas que mostram como explorar esses ingredientes na produção de pratos simples ou mais sofisticados.

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