É a vez das SALADAS!
Depois dos deliciosos exageros gastronômicos nas festas de final de ano, nada como uma deliciosa saladinha!
A salada, um verdadeiro jogo de cores e sabores, nasce da imaginação de quem prepara. É uma iguaria tão antiga que aparece citada em vários textos sobre a história da alimentação. Os dicionários registram a definição de “alimento preparado à base de ingredientes crus ou cozidos, temperados com sal, azeite, vinagre ou limão”. De fato, não são os ingredientes que definem uma salada, mas o tempero, sobretudo o sal, que é o principal fator de equilíbrio no sabor. Em seguida o azeite de oliva, elemento mediterrâneo por excelência, que em alguns países pode ser substituído por outros óleos vegetais. Enfim, o vinagre, cujo papel é estimular e reavivar o paladar. O rito de construção do molho é considerado por unanimidade o mais importante. Segundo uma velha crença, o processo exigia quatro personagens: um sábio para o sal, um pródigo para o azeite, um avaro para o vinagre e um louco, para misturar tudo. Um dos grandes “devoradores” históricos de salada foi o rei francês Luis XIV que acreditava piamente nas virtudes do prato:”Hidrata, refresca, libera o ventre, concilia o sono, estimula o apetite, tempera os ardores de Vênus e acalma a sede”. As saladas comuns da época eram constituídas basicamente de agrião, lúpulo, cardamomo, aspargos, cerefólio, malva, chicória, pimpinela, labaça, dente-de-leão e alho porró cozido. Atualmente, com infinitos novos ingredientes – entre eles, legumes, cereais, frutas, carnes e peixes -, frios ou quentes, crus ou cozidos as saladas tem presença marcante no menu diário, podendo inclusive, tornar-se prato único de uma refeição. A receita deve ser escolhida conforme o lugar que o prato ocupará na montagem do cardápio. Como entrada, melhor que seja com folhas cruas, o tempero ideal é um vinagrete tradicional que ganha mais requinte com uma colherinha de mostarda de Dijon. Outras idéias para uma entrada mais consistente são as saladas de batata, arroz ou macarrão com legumes cozidos. Nesse caso, evite elementos ácidos como o limão; opte por um molho à base de ervas e alcaparras ou pedacinhos de bacon torrados. Para que as saladas fiquem mais ricas e possam ser servidas como prato principal, basta introduzir elementos protéicos, como ovos cozidos, cubinhos de queijo, filezinhos de carne, frango, peru, pato, atum em lata ou frutos do mar. Outra alternativa é uma salada de legumes com frutas frescas, como pêra, maçã, melancia, abacate; ou secas, como nozes, amêndoas, castanhas. Não podemos esquecer da salada de frutas, um arremate glorioso para a refeição!
Como se pode ver, a definição de salada vai muito além da costumeira mistura de vegetais da horta. São aceitos os mais insólitos ingredientes e as mais exóticas combinações de sabores. Que tal rodelas de laranja e fatias de erva-doce, temperadas com sal, azeite e pimenta seca moída? A idéia de misturar frutas com verduras (com efeito de doce, salgado e ácido) estimula o interesse e o gosto do comensal pelo que vem a seguir. Até a pêra, docinha, combina à perfeição com um toque de mostarda. Uma salada de massa ganha ares de nobreza com frutos do mar e fica perfeita com tomates, mussarela e molhos frios como o pesto. Uma salada de folhas verdes pode constituir também uma refeição quando acompanhada de frutas frescas e uma tábua de queijos. Na salada de frutas, ouse com rodelas de kiwi, carambolas gomos de tangerina e suco de limão siciliano!
Do ponto de vista nutricional, as saladas são ricas em vitaminas (A e C), sais minerais (cálcio e ferro) e fibras solúveis particularmente eficazes na prevenção de arteriosclerose. Ao comprar verduras, deve-se observar a vivacidade das cores, se as folhas estão túrgidas, crocantes e sem sinal de lesões causadas por insetos. Nunca deixe o invólucro fechado para que não murchem rapidamente. As folhas devem sr guardadas em um vasilhame coberto com um pano úmido dentro da gaveta da geladeira em que o ar possa circular.