Os primeiros traços culturais árabes no Brasil chegaram com os portugueses, resultado da influência que absorveram em quase oito séculos de dominação árabe na Península Ibérica.
Na cultura árabe, a comida tem uma grande representatividade para a comunicação, e as refeições são o centro dos encontros familiares e círculos sociais. A variedade, da culinária árabe é enorme, e não existe somente a de um país especifico, que denominamos de “cozinha árabe”, pois há influência de vários países árabes.
Se voltarmos no tempo e olharmos na história da culinária árabe, descobrimos, por exemplo, o por que dos povos dessa região têm a carne a base da sua alimentação, enquanto outros alimentos são menos consumidos, como as frutas frescas, hortaliças, peixes ou frutos do mar. Encontraremos, também na história da culinária árabe, o leite de cabra e de camelo e o gosto pelas especiarias. A introdução das especiarias na cozinha árabe é o resultado direto do comércio, que eles faziam no Mediterrâneo e da intensa atividade comercial da época.
A importância dos grãos na culinária da região é enorme. Muitos pratos árabes, alguns deles muitos conhecidos por nós brasileiros, são à base deles, como o falafel e o homus, feitos com a pasta de grão-de-bico. Já, os doces árabes, elaboradíssimos, são feitos geralmente de nozes, amêndoas, frutas secas e mel, e aromatizados com deliciosas essências, como a de rosas e a de flor de laranja.
Chá e café são importantes no mundo árabe. O chá desempenha um papel importante na sociedade, pois pode ser servido quando um anfitrião deseja mostrar hospitalidade a um convidado, ou como parte integrante das reuniões de negócios.
Muitas das palavras que utilizamos na língua portuguesa, têm origem no árabe, incluindo alguns relacionados à alimentação: açúcar (as-sukar, areia branca), alface (al-khaç – veio a substituir o latim lactuca, leitosa, leituça, leituga), azeite (az-zayt, substitui óleo, óleo de oliva), açafrão (az-zafaran, amarelo), açougue (as-suk), laranja (naranj deriva do Persa naräng), salada (salata).
Pimenta, noz-moscada, cravo e canela que ressaltam o sabor na culinária brasileira, mas o uso dessas especiarias, assim como do azeite no lugar da banha de porco e até o sagrado cafezinho são marcas da cultura árabe, uma influência que vai muito além das esfihas e quibes, totalmente incorporadas em nossa mesa.