Como muitas outras tradições envolvendo gastronomia espalhadas pelo mundo, o nhoque da fortuna tem origem na Italiana. Reza a lenda que, em uma noite de 29 de dezembro, São Pantaleão, um santo católico vivido no século IV, perambulou maltrapilho por um vilarejo da Itália.
Com muita fome, ele bateu à porta da casa de uma família numerosa e com pouca comida na mesa. Apesar disso, o patriarca dessa família fez questão de dividir o jantar com o desconhecido.
E adivinha o que pai, mãe e cada um dos filhos do casal estavam comendo? Sim, dividiram o que estavam comendo: nhoque! Para dividir com São Pantaleão a pouca quantidade que tinham, a família teve de se contentar com sete pedacinhos de massa para cada um. Após comer e agradecer a acolhida, São Pantaleão se foi.
Quando foi tirar a mesa, o patriarca descobriu que havia um monte de dinheiro embaixo dos pratos. Por isso, todo dia 29 é Dia do gnocchi della fortuna (ou nhoque da sorte)!
O ‘Dia do Nhoque’ foi trazido no final do século 19 pelos imigrantes italianos, que estavam em busca de sorte melhor neste fantástico país. Sorte, que em italiano é chamada de ‘fortuna’, era basicamente entendida como dinheiro no bolso, por isso, a tradição manda conservar a mesma nota de um dia 29 para o dia 29 do próximo mês
O nhoque nasceu há mais de 2 mil anos, durante a época romana, mas inicialmente era feito com farinha, manteiga, ovos e alguma erva aromática. A batata, alimento típico dos Andes peruanos, só apareceria séculos mais tarde, após a chegada de Cristóvão Colombo às Américas. O formato também mudou ao longo do tempo: em sua origem, o nhoque era cortado em rodelas com um copo, mas, após a incorporação da batata, ganhou a forma em pedaços que se tornaria um clássico da gastronomia italiana.